terça-feira, 25 de novembro de 2014

Eu. Você. Nós.



Eu, vinho.

Você, Coca Zero.

Nós, suco de laranja.


Eu, 23h.

Você, 21h.

Nós, 22h.


Eu, grilo falante.

Você, silêncio.

Nós, respeito.


Eu, sorriso.

Você, olhar.

Nós, risadas.


Eu, Pangaré.

Você, Puro Sangue.

Nós, companheiros.


Eu, ponta dos pés.

Você, costas curvadas.

Nós, encaixe perfeito.


Eu, só mais 5 minutinhos.

Você, de pé no primeiro toque.

Nós, café da manhã na cama.


Eu, fogão.

Você, pia.

Nós, parceiros.


Eu, pimenta.

Você, sal.

Nós, azeite.


Eu, beijo.

Você, cafuné.

Nós, carinho.


Eu, memória.

Você, check list.

Nós, falhas humanas.


Eu, reunião.

Você, ano sabático.

Nós, orgulho.


Eu, Morumbi.

Você, Vila Mariana.

Nós, USP.


Eu, Discovery.

Você, Globo News.

Nós, filme com pipoca.


Eu, cabeça dura.

Você, também.

Nós, aprendizado.


As pessoas buscam com muita insistência a alma gêmea, a tampa da panela, a metade da laranja, alguém igualzinho, um espelho. 

Eu sou completa, sem pedaço faltante para ser preenchido por ninguém. A responsabilidade de ser inteira é só minha. Só que eu tenho a sorte de ter ao meu lado alguém que me complementa, me equilibra e desperta o melhor de mim. E tudo fica muito mais leve, feliz e divertido.

Gatinho, meu desejo é que seja sempre assim e que eu continue encontrando motivos todos os dias para pensar em você, sorrir e me apaixonar de novo. E de novo. E de novo!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

50 razões pelas quais eu sou apaixonada por você



Em todos os sites elas estão aos montes: como perder peso em 10 passos, como conquistar aquela mulher linda em 22 lições, 17 maneiras de driblar o colega chato do trabalho, como ser feliz com 37 atitudes diferentes, as 100 melhores empresas para você trabalhar. As listas, definitivamente, se tornaram parte do nosso dia a dia. Temos a lista das nossas músicas preferidas, conseguimos listar nossas tarefas do dia a dia, podemos listar os filmes que desejamos assistir e sentar para fazer uma listinha com os lugares que queremos conhecer ou coisas que queremos fazer até o final da vida é muito prazeroso.

Pois bem. Essa noite eu sonhei que viajava para Londres com o Dani e eu tinha na mão uma listinha com as coisas que eu gostaria de fazer com ele lá. Não consigo me lembrar exatamente tudo o que estava escrito no nosso "to do" Londrino, mas acordei feliz e, claro, com aquele sorriso bobo de quem gostou do sonho e não queria acordar. Sai de casa apressada pro causa do rodízio mas com ele no meu pensamento. Pensei que, diferentemente de como costumo fazer, nunca tinha parado para "listar" nada relacionado a ele, rs. Tudo tem acontecido de forma natural e tranquila, assim como sempre deveria ser, né?

Vim dirigindo e lembrando da forma maluca que nos conhecemos, em como somos pessoas de sorte por termos nos encontrado nesse mundo cheio de pessoas esquisitas. Pensei em como minha vida estava diferente há uns meses e em como ele me faz bem hoje. Ai lembrei que essa é uma semana muito importante na vida dele pois Domingo estará correndo a sua primeira maratona em Chicago. Um grande marco para todo atleta amador. Imagino a mistura de sentimentos que deve estar borbulhando dentro da sua cabeça... Senti uma alegria imensa e fiquei feliz por estar ao seu lado nesse momento.

Comecei a pensar em como eu, com todos os meus escudos e capas, me tornei uma pessoa apaixonada, boboca e meio brega da noite para o dia. Como isso seria possível? Foi ai que, meio que sem querer, comecei mentalmente a listar os motivos e resolvi deixar aqui registradas as 50 razões pelas quais eu sou apaixonada por ele!

  1. Você me olha como se eu fosse a Gisele Bündchen
  2. Você é o motivo dos meus sorrisos, todos os dias
  3. Você tem um beijo que tira meu fôlego
  4. Você sorri e seus olhos ficam lindos e pequenininhos
  5. Você tem o abraço mais anatômico do mundo
  6. Você faz comida para mim, mesmo dizendo que não sabe cozinhar
  7. Você diz que aprendeu a comer couve comigo
  8. Você faz com que ao seu lado seja sempre o melhor lugar para eu estar
  9. Você começou a esquentar o pãozinho com azeite na chapa
  10. Você lava a louça. Você lava a louça. Você lava a louça...
  11. Você arruma todas as coisas que possuem botão e fio para mim
  12. Você levanta mais cedo e me serve café da manhã na cama
  13. Você fica extremamente sexy com todas as suas “fantasias” de atleta
  14. Você faz cafuné até eu dormir
  15. Você é meu parceiro e deixa eu ser sua parceira
  16. Você tem uma barba cerrada linda que cresce em menos de 12h
  17. Você compra docinhos quando eu estou triste
  18. Você faz café de coador para mim, mesmo sem tomar café
  19. Você tem o peito com altura exata para que eu deite e fique confortável
  20. Você pra mim é um exemplo de determinação e disciplina
  21. Você me faz querer ser a namorada mais doce e carinhosa do mundo
  22. Você às vezes pode até me irritar mas nunca me tira do sério
  23. Você me faz gargalhar
  24. Você cozinha milho e tira da espiga pra eu comer no pratinho
  25. Você fez com que eu sentisse “frio na barriga” de novo
  26. Você faz com que uma ida ao mercado seja divertida
  27. Você me incentiva a ser uma “puro sangue” mesmo eu sendo uma “pangaré”
  28. Você faz com que eu olhe para a tela do celular e fique com cara de boboca
  29. Você treina comigo mesmo que para você seja uma simples marcha atlética
  30. Você rouba meu lado da cama mas me encolher por você não é sacrifício nenhum
  31. Você faz com que as Segundas, Terça e Quartas pareçam abismos até chegar Quinta à noite
  32. Você sempre anda de mãos dadas
  33. Você é extremamente carinhoso e delicado comigo
  34. Você faz com que eu me sinta segura, linda e querida
  35. Você enche minhas gatas de carinho, mesmo sem gostar de gatos
  36. Você acha que sou uma princesa e me trata como tal
  37. Você faz com que o tempo ao seu lado voe
  38. Você faz questão de ser simpático com meus amigos
  39. Você ama bebês e crianças
  40. Você é alto, magro, cheiroso e lindo
  41. Você faz planos comigo para o final de semana que vem, para o mês que vem, para o ano que vem
  42. Você é educado, íntegro e inteligente
  43. Você faz com que eu seja a namorada mais orgulhosa do mundo
  44. Você é divertido, engraçado e está sempre de bom humor
  45. Você valoriza e respeita sua família
  46. Você fica acordado até mais tarde pra conversarmos, mesmo caindo de sono e fechando os olhinhos sem querer
  47. Você se encaixa na conchinha comigo como ninguém
  48. Você adapta a sua rotina sempre que pode para podermos ficar mais um tempinho juntos
  49. Você tem o poder de fazer eu gostar mais de você a cada dia que passa
  50. Você faz com que eu queira fazer uma lista das 50 razões pelas quais eu sou apaixonada por você 
Obrigada por essas e tantas outras, gatinho! <3




segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Tudo não terás



Tudo não terás.

Esse tem sido meu mantra já faz um certo tempo para tudo na minha vida. Já tento viver essa filosofia sem expressar especificamente essa frase, dita pela Cristina que trabalha aqui no Aché comigo. Aliás, nossos cafés de descontração costumam render boas histórias e boas risadas. Tudo não terás. Nunca. E é bom a gente ir se acostumando com isso.

Desde que me conheço por gente, eu quero sempre mais (e isso não tem nada a ver com a música do Ira, meu povo). Quando eu era criança, ir ao Playcenter era “O” programa da vida, praticamente uma viagem para a Disney. Os pais que conseguiam proporcionar isso para seus filhos, se sentiam orgulhosos e com a sensação de dever cumprido: a criançada ia ficar feliz por um mês seguido, sem reclamar. Será? Não a pequena Amanda, que vez ou outra saía chorando porque após ter brincado em todos os brinquedos (que a altura mínima permitia, lógico), não ganhou o algodão doce no final do dia. Não achem que isso é culpa de muito mimo da minha mãe não, pelo contrário. Naquela época, ela já me dizia de outra forma “tudo não terás” e muitas vezes essa frase vinha em forma de um belo tapa no bumbum pra acabar com a graça e me colocar no meu devido lugar.

Na idade adulta, tive um Diretor muito exigente. Muito mesmo. Eu nunca poderia entrar na sala dele sem uma resposta pensada para meus problemas. Eu sempre precisava fazer melhor e diferente do que a média. Foi ele que fez com que a minha régua profissional fosse sempre mais alta do que o normal... Eu era exigida como Coordenadora, mesmo sendo Analista. E depois como Gerente, mesmo sendo Coordenadora. E depois, finalmente Gerente, eu era cobrada pra me diferenciar, a entregar mais do que o esperado sempre. Com isso, perdi algumas noites de sono, ganhei dores de estômago e enxaqueca. Estava sempre me cobrando e isso não é uma reclamação de forma alguma. Cresci muito, aprendi muito com tudo isso. Inclusive a reforçar a teoria de que: “Chefe, tudo não terás”. Não dá pra ser tudo ao mesmo tempo agora. Não dá!

Ultimamente, é nos meus relacionamentos pessoais que tento aplicar essa máxima. Tento entender que não dá pra exigir dos outros reações e atitudes que eu teria frente a determinadas situações. Talvez ai esteja a chave para evitarmos frustrações e cobranças desnecessárias. É um exercício diário e por vezes, doloroso porque exige de nós muita tolerância e pensar mais do que falar e agir no impulso.


Exige conter a língua afiada e serenidade para não surtar quando as coisas não saem da forma como esperamos. Às vezes, fazemos as coisas esperando no fundo uma recompensa, mesmo que inconsciente, da outra parte. “Aquele dia, em Novembro do ano passado, eu fiz isso e aquilo por você e agora você não faz por mim”. Sim, não faz, porque as com certeza não enxergaram que estariam em dívida com você ao aceitar sua ajuda.

Aplicar o “tudo não terás” significa aceitar que não existe perfeição. Não existe pacote 100% completo. Ninguém aqui está dizendo para aceitar qualquer marmita por falta de um belo prato principal, mas sim entender que nem todo mundo gosta de couvert, sobremesa e café. É entender o silêncio do outro e o desejo de se expressar somente depois de um tempo, mesmo que você queira falar agora. É entender que o relógio de vida de cada um gira de forma diferente e que o importante é encontrar um que esteja no mesmo ritmo que o seu, mesmo que analógico enquanto você se orgulha de ser digital. É aceitar as escolhas do outro, mesmo que diferente das suas e entender que as pessoas precisam se complementar, somar e elas não precisam ser sempre espelhos dos nossos desejos.

Canso de ouvir de amigas e conhecidas que fulano é ótimo, mas.... Ciclano é legal, mas... Beltrano é incrível, mas... Mas o que? A gente tem sempre algo pra reclamar, né? Às vezes ficamos comparando as pessoas e não conseguimos ser felizes nunca porque a pessoa perfeita só existe na nossa imaginação. Pensamos que pessoas podem ser comparadas a colchas de retalhos e seguimos tentando costurar os pedaços que achamos interessantes para formar o “patchwork ideal”. Aplicar o “tudo não terás”, é entender que às vezes o que você precisa é mesmo de um edredom novinho, sem marca nenhuma, prontinho pra ganhar forma e cheiro com você.

Sabendo que tudo não teremos, cabe a nós então fazer boas escolhas. Cada um sabe, no fundo, do que pode abrir mão e o que é indiscutível, sem negociação. Estamos a todos os momentos fazendo essas escolhas, direta e indiretamente, em todos os âmbitos da nossa vida, e temos que arcar com as consequências de cada uma delas. Elas geralmente incluem renúncias e cada uma tem um preço a ser pago, inclusive quando escolhemos não escolher nada. Se não conseguimos definir ao certo o que queremos o desapontamento com as nossas escolhas feitas tende a ser maior.

Aprender a escolher o suficientemente bom ao invés de brigar eternamente pela excelência pode ser uma boa estratégia. Isso não é ser conformista, mas sim realista. Eu pelo menos já aprendi, desde a libertação da “Capa da Mulher Maravilha”, que a perfeição é só para os super-heróis de desenhos animados mesmo (aliás, obrigada Dani, meu namorado querido, que me relembra praticamente todos os dias que eu posso e mereço ser bem cuidada: isso tem sido um belo de um aprendizado, mas fica de tema para um próximo post).

No final das contas, não interessam os resultados objetivos, mas sim os subjetivos: como vamos nos sentir em relação às escolhas que fizermos. E eu pretendo dormir sempre tranquila, repetindo diariamente o mantra à exaustão: “tudo não terás, tudo não terás, tudo não terás... mas ainda assim, conseguirás ser feliz”.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

O dia que me libertei da capa da Mulher Maravilha


Tenho notado por experiência própria e convivência com um grupo bem heterogêneo de amigas que nós mulheres queremos, e nos cobramos, a postura de Mulher Maravilha 100% do nosso tempo. Eu não sei de onde nós tiramos essa ideia, mas eu garanto que muitas de nós acreditamos que precisamos resolver tudo, o tempo todo, na nossa vida profissional e, acima de tudo na nossa vida pessoal.  Precisamos ser praticamente perfeitas e nessa sociedade moderna de “direitos iguais” que vivemos, nosso papel continua sendo extremamente, digamos, abrangente. Não atender às expectativas que colocamos para nós, muitas vezes, é frustrante.

Trabalhamos tanto ou mais do que muitos marmanjos. E se você trabalha em uma corporação pelo menos um pouco exigente com o dress code, seu guarda roupas não pode se restringir a calças pretas e camisas brancas, a não ser que esse seja o seu uniforme mesmo. Nossa jornada de trabalho, muitas vezes, passa das 10h diárias (a minha muitas vezes passa das 12h). Mesmo amando o que eu faço, confesso que é cansativo porque eu saio do meu trabalho e ainda vou treinar. Não porque acredito no mito do corpo perfeito (se um cara quiser apenas um par de coxas ou uma barriguinha sem as “alças do amor”, realmente me assumo eternamente fora do target, mesmo se eu tiver um belo par de coxas e uma barriga chapada), mas porque é a única hora do meu dia em que eu sinto que estou realmente dedicando um tempo só pra mim, depois de resolver todos os pepinos dos outros.  

E sim, mesmo com um bando de homens repetindo em coro que não precisamos ir ao salão, fazer a unha, depilar, cuidar do cabelo, da pele, que mulher se arruma só para mulher, não conheço um cara que tenha orgulho de sair com a Monga, com uma pessoa que só usa calça de moletom na rua ou com alguém que tem sempre o esmalte lascado ou o pé grosso. É esperado sermos femininas, lindas e cheirosas e eu pelo não acho isso ruim não. Taurina assumida que sou, acho legal ser vaidosa, mas isso faz com que eu precise encaixar também essas atividades na minha rotina.

Se moramos sozinhas, ainda chegamos e temos os afazeres de casa. Sim, podemos ter faxineira e eu acho que esse é o melhor dinheiro gasto da vida de uma mulher moderna, mas eu pelo menos não consigo ter uma diarista. Então a louça acumula, a roupa embola no guarda roupa e nem sempre dá pra esperar a próxima semana pra ligar o ferro. Tenho duas gatas que eu amo, mas que me exigem minimamente atenção diária também. Sem contar minhas amigas, mãe, meu pai, irmãs e o resto da família, que se dividem no meu final de semana normalmente abarrotado de compromissos ou pendências pessoais que não resolvi no meio da semana, uma vez que moro no Morumbi e trabalho em Guarulhos (oi?) e dar uma “escapada” na hora do almoço nunca é uma opção para mim.

(Eu nem vou entrar no mérito do que acontece quando você tem uma obra eterna na sua casa como eu tenho ou quando tem filhos. Eu realmente admiro e bato palmas para vocês, minhas companheiras. Sério. Clap clap clap com louvor).


O ponto aqui não é discutir direitos ou papeis de homens e mulheres nessa bagunça toda que é nossa vida. Isso tudo ai em cima, muitas vezes, não é um décimo do que algumas outras mulheres precisam fazer, bem como sei que a rotina de muitos caras não é nada, nada, nada fácil achando ainda que precisam ser machões o tempo todo. Não estou aqui idolatrando as mulheres ou crucificando homens, mesmo porque, sou do grupo que acredita que SIM, nós precisamos deles em nossa vida (feministas, podem me crucificar agora, beijos, não me liguem!)

Esse é só o contexto que coloquei para refletir exatamente sobre o questionamento: com toda essa carga que carregamos, porque a gente exige a capa da Mulher Maravilha 100% do tempo em situações em que poderíamos retirá-la sem medo?  Falo isso com toda a propriedade porque até bem pouco tempo atrás, eu me recusava a retirar a minha. Pelo meu estilo de vida, acabo dedicando grande parte do meu tempo para meu trabalho. Há anos trabalho na área de Serviços e, na maioria das vezes, preciso encontrar a solução de alguma bomba, e tomar decisões que podem impactar todo o negócio. O ponto é que eu ia embora do ambiente corporativo e continuava tentando organizar tudo da mesma forma na minha vida pessoal.


Durante muitos anos eu vivi um relacionamento que fez com que a minha capa praticamente grudasse em mim com cola Super Bonder: além de todas as decisões difíceis do dia a dia, cabia a mim o papel de escolher o restaurante, reservar mesa, chamar o garçom, fazer o pedido, decidir o filme do cinema, o passeio do final de semana, chamar o carro no vallet, planejar a viagem, a pousada, lembrar de pegar a grana do pedágio, de passar no mercado para comprar o jantar que eu cozinharia, além de encarar a louça sozinha depois.

(Nota de rodapé: isso aqui não é uma crítica, apenas a constatação de um fato. Uma pessoa extremamente hands on e independente como eu encontrou uma pessoa cuca fresca e sem muita atitude porque não precisava ter, uma vez que eu sempre resolvia tudo.)

Depois de tudo terminado e reflexão de vida feita, percebi que se permitir ser cuidada ao invés de cuidar de tudo poderia ser incrível, mas que para isso eu precisaria abrir mão de ser sempre a Mulher Maravilha que faz tudo. Que não era coisa de ET receber uma gentileza e que tem muito cara bacana por ai que tá louco pra ser parceiro nesse mundo maluco que nós mesmas criamos. Para cuidar da gente, mesmo quando achamos que não precisamos e que se danem as queimadoras de sutiãs!


Já passei por situações ridículas, tipo sentar no lugar ao lado depois do rapaz ter puxado a cadeira pra mim por achar que ele estava fazendo isso pra ele. Eu continuo podendo pagar o meu jantar, mas valorizo quem de vez em quando se dispõe a ser gentil. Adoro organizar os eventos da galera, mas também adoro não ter que pensar em nada. Posso abrir o vinho, mas me derreto quando alguém se dispõe a fazer isso por mim. Posso, de fato, fazer (quase) tudo sozinha, mas descobri que poder dividir e delegar algumas coisas é sensacional.

Quando aprendi que posso me permitir tirar a capa, eu aprendi também que posso ser eu mesma em todas as situações. Posso ser doce, carinhosa, manhosa, engraçada, posso pedir colo, posso chorar e sorrir sem medo de parecer ridícula. Não preciso ser um soldado ditando regras e não preciso acertar sempre.  Posso conviver com as lâmpadas penduradas pelo fio há 3 meses porque simplesmente eu ainda não decidi os lustres que quero colocar, assim como posso me apaixonar por dois criados mudos. Aprendi que posso confessar que odeio muitas opções e recentemente fui sabiamente corrigida e percebi que eu não gosto mesmo é de ter que escolher algumas coisas, depois de ter que fazer tantas outras escolhas durante o dia.

Sendo assim, pode me ajudar a escolher o almoço, a cor da parede, o programa de amanhã, mesmo que ele seja ficar no sofá comendo pipoca. Pode rir de mim quando fico confusa diante de um cardápio de mais de duas páginas. Pode se irritar quando eu digo que "tanto faz" porque às vezes tanto faz mesmo: cinema, jantar com a galera ou vinho em casa. Pode me ajudar a fazer tudo, sendo você meu parceiro, minha amiga ou meu amigo.  Eu não nego mais que preciso de ajuda de vez em quando. Muitas vezes, não é fácil encontrar o caminho do meio... Mas eu garanto que a sensação é libertadora!


domingo, 20 de julho de 2014

Detox Day - a experiência



E enfim acabou a Copa das Copas... E com ela, 2,5kg de lembranças encrustadas na minha bochecha e nas alças do amor! Depois do feedback carinhoso do meu técnico de corrida, decidi criar vergonha na cara, acabar com a esbórnia e voltar a ser a Mandi de 2013, que treinou por 52 semanas seguidas, sem interrupção! :-)

Conversando com a Carol, minha parceira de treinos, ela me contou do Detox Day que a Do Vivo vende via site (www.dovivo.com.br). Curiosa que sou, lá fui eu fuçar! No dia seguinte, já estava adquirindo em conjunto com a Luciane um kit e me preparando psicologicamente para ficar um dia todo a base de líquidos.

Muita gente me perguntou como estava sendo meu dia ou como foi e decidi compartilhar com vocês a minha experiência. 

6:00 am
Liguei na portaria e lá estava o meu kit conforme descrito no site. Achei muito organizado o sistema de entregas e a forma como veio todo o kit - uma sacola térmica e todos os potinhos em um saco plástico lacrado e um folheto explicativo de como seria o seu dia.






6:30 am
O Detox inicia com um suco verde, o Odara (Maçã, Espinafre, Pêra, Couve-Manteiga, Gengibre, semente de girassol germinada e Grama de trigo). Senti bem forte o sabor da maçã e foi tranquilo tomar os 500ml de uma só vez. Como você tem que ingerir um item a cada 3h, não compensa ficar enrolando muito pra tomar. O meu estava em temperatura ambiente porque tinha acabado de chegar. Acho que geladinho seria até mais gostoso...


9:30 am
Hora do meu primeiro lanche: o suco Vênus! (Água de Côco, Uvas Thompson, Morangos Congelados, Framboesas Congeladas, Suco de Limão Siciliano, Amaranto Germinado, Folhas de Hortelã e Pimenta Jamaica). Como não gosto de sabores azedos, esse foi chatinho tomar porque estava bem ácido... Mas o sabor era gostoso. Até então, não tinha sentido fome, apenas uma sensação diferente de não mastigar nada na parte da manhã!


12:30 pm
Hora do almoço! Aqui posso dizer que a falta de alimentos sólidos começou a dar o ar da graça. Não sei se foi efeito placebo ou não, mas comecei a ter alguns sintomas descritos no livreto que podem ocorrer durante o dia de Detox: dor de cabeça e náusea... Mas "outros" efeitos indesejados, so far, so good. Eu e a Lu tentamos esquentar a sopinha mas infelizmente não foi possível lá no trabalho e tivemos que tomá-la na garrafa e fria. Como a base era de tomates (Água Mineral, Tomate Orgânico Fresco, Tomate Seco, Batata Doce, Azeite de Oliva Extra Virgem, Semente de Girassol Hidratada, Agrião, Alho Poró, Manjericão, Pimenta Cayena e Sal Marinho), pensamos que era um Gaspacho e mãos à obra! 

14:30 pm
Precisei comer uma maçã para disfarçar o gosto do tomate que não saía da minha boca nem por reza brava. Durante o dia, é permito comer frutas, verduras e legumes crus, caso você tenha muita necessidade de comer alguma coisa. 

15:30 pm
Estava no consultório do Dermatologista quando tive que sacar a garrafinha do suco da tarde, o Açaxi (Polpa de Açaí Orgânico, Abacaxi, Água Mineral e Semente de Linhaça Dourada Hidratada) e tomá-la na frente dos olhares curiosos. Esse foi um pouco mais difícil. Não sei se pelo gosto em si ou porque já estava enjoada de tanto líquido... Mas vamos lá, n? Afinal, foram R$ 105 de investimento...


19:30 pm
Acabei passando um pouco do intervalo das 3h porque estava na manicure, afinal, de que adianta estar desintoxicada e com as unhas feias? :-)

Pela descrição do creme Thai (Cenoura, Polpa de Coco Verde, Suco de Laranja, Suco de Limão, Agave, Sal Marinho, Gengibre, Óleo de Gergelim, Pimenta Cayena), pensei que gostaria muito. Como estava em casa, decidi esquentar um pouquinho e descobri que não era exatamente um "creme" nessa hora: de consistência totalmente diferente do Irado, esse era beeeeem líquido, quase que como um suco e foi IMPOSSÍVEL tomá-lo inteiro... Consegui tomar meia caneca dessa da foto. Ou seja: menos de 250ml dos 500ml que deveriam ser ingeridos... Não dava. Simplesmente não descia. Talvez se eu tivesse tomado como suco, sem esquentar, teria sido menor pior. Sem contar que pra tirar essa cor laranja da caneca foi bem difícil também!


21:30 pm
Adiantei um pouco a ingestão do item da noite e confesso que estava ansiosa para provar o gostinho do leite Via Láctea (Água Mineral, Avelã Hidratada, Polpa de Coco Verde, Agave, Canela, Cravo, Cardamo, Extrato de Baunilha e Pimenta Cayena).

Já tinha visto um post da Debs sobre o leite ser gostoso e que ela colocava canela em pó para deixá-lo ainda mais saboroso. Fui lá toda feliz esquentar o Via Láctea. Frio, cobertas e TV! Esse foi o programa da Sexta Feira e o leitinho quente fecharia com chave de ouro minha semana tão light...Delícia! #SQN

Dei o primeiro gole e já desisti... Fui dormir com fome e um pouco decepcionada com esses dois últimos itens do kit.




RESUMO DA EXPERIÊNCIA:

- Valeu a pena para eu desmistificar o fato de me alimentar de líquidos um dia só. Dá pra levar numa boa se os sucos/sopas forem saborosos sim
- Escolhi sexta feira para fazer o Detox porque já costuma ser um dia que não almoço... Não sei se o meu cérebro teria encarado da mesma forma se fosse uma Terça Feira, por exemplo
- Como não consegui tomar os dois últimos itens, achei que o valor ficou salgado... Vou procurar outras opções de Detox Day para checar os valores
- O suco verde deles é realmente muito gostoso e eu compraria novamente os outros sabores para experimentar
- Não tive nenhuma "reação adversa" como minha amiga me alertou... Só fiz mais xixi do que o normal...
- Leve uma lancheira térmica com você o tempo todo para manter os sucos geladinhos e conservados
- Carregue alguma fruta na bolsa para se bater o desespero de comer alguma coisa
- Eu já tomo quase 2L de água por dia e não consegui ingerir essa quantidade toda no dia do Detox

O DIA SEGUINTE

No dia seguinte acordei mais leve e com a barriga ~sequinha ~... Sim, a gordura está aqui mas o objetivo do Detox não é emagrecer mas sim eliminar as toxinas do seu corpo e te deixar mais leve, né? Sendo assim, ponto positivo para o Detox. Me alimentei de coisas bem leves, muita água e nada de doces ou álcool, para a tristeza dazamigas que estavam comigo em uma festa... Afinal, ainda sentia o gosto amargo de ter gasto R$ 105 reais e não ter conseguido tomar o Thai e o Via Láctea, rs... 

Sim, eu repetiria a experiência tomando o creme Irado de tomates no almoço e na janta e trocando o leite (nojento) de avelãs por mais um suco verde!

terça-feira, 15 de julho de 2014

Taj Mahal, o óbvio e a (in)capacidade de falar





- Amiga, tem pessoas que são assim, necessitam que a gente verbalize. Você pode trazer o Taj Mahal pra cá que não vai adiantar. Se você não falar 'eu gosto de você' e explicar o porque trouxe o Taj Mahal, não adiantará de nada.

- Mas amiga... Já não é óbvio trazer o Taj Mahal pra cá??? Precisa meeeeeesmo falar?

- Sim, precisa. Tem gente que precisa ouvir!

E foi assim que, mais uma vez, minhas discussões filosóficas com a Thaís me fizeram refletir por semanas. Fiquei imaginando a cena de uma pessoa construindo um Taj Mahal em algum lugar bucólico de São Paulo para demonstrar o tamanho do seu amor por alguém e, mesmo assim, a pessoa não entender nada. Pensei em quantas vezes montei templos que passaram despercebidos ou em quantos eu hesitei entrar justamente porque não os enxerguei.

Depois desse diálogo, percebi que criticar e não entender quem precisa ouvir "o óbvio" pode vir da nossa própria incapacidade de verbalizar algumas coisas. Normalmente, terceirizamos o problema e jogamos a responsabilidade em cima do outro. Às vezes, achamos também que não falar pode nos proteger (ou proteger o outro), mas deixar para depois a necessidade de expressar algo do agora só fará com que se adie um sofrimento ou se crie um desentendimento enorme depois.

Tem gente que consegue escrever, fazer mímica, enviar carinhas no Whatsapp, fazer analogias e usar sentidos figurados, mas não adianta: para certos assuntos, a língua parece que pesa 200 kg e não se fala o que precisa ser dito. "Vou deixar na entrelinha, ele vai entender" ou às vezes até "Não vou falar nada e ela vai entender o recado". Oi? Eu até acredito que alguns silêncios falam, mas isso é papo para outro post.

Quantas situações embaraçosas e dolorosas poderiam ser evitadas se a gente simplesmente falasse? Quando éramos bebê, esse talvez fosse o momento mais esperado: a primeira palavra! Depois como crianças curiosas passamos a tagarelar e indagar sempre "porque? porque? porque?". Adolescentes falam mais do que a velhinha do Yakult. Adultos só complicam as coisas mesmo... Falam quando não devem e se calam quando deveriam gritar.

Precisamos criar a coragem de alinhar as expectativas sobre tudo nessa vida. Cartas na mesa mesmo que o coração esteja na mão. Parece simples, mas não é... Enquanto isso a gente segue, acertando e errando, corrigindo, falando, calando, acertando e errando de novo. De uns tempos para cá, todas as vezes que eu me pego com a língua travada mas com a cabeça a mil por hora, me lembro do Taj Mahal e tento me expor. De pouquinho em pouquinho, de palavra em palavra. De tijolinho em tijolinho!

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O casamento


Eu acho que casar é relativamente fácil. Escolhe-se o local da festa, faz-se um planejamento financeiro, contratam-se dezenas de fornecedores, reúnem-se os amigos e familiares, assinatura no papel e pronto. Casados oficialmente. 

O nosso mundo anda um lugar estranho, nada fácil de viver. A cada ano que passa, eu tenho mais certeza de que no final o que importa mesmo é estarmos rodeados de pessoas do bem, de gente que nos faz bem e nos quer bem. E escolher um parceiro de vida faz parte da nossa busca pela felicidade. Enfrentar a vida com alguém do seu lado deveria ser sempre mais fácil do que enfrenta-la sozinho.

E é por isso que eu acho que o mundo seria um lugar infinitamente melhor se todos os casados fossem, de fato, casais. Se decidissem viver juntos, todos os dias de suas vidas. Porque casar pode levar apenas algumas umas horas e viver junto leva tempo. O tempo todo.

Tenho certeza que, após 14 anos de união, deve ter pelo menos uma década que a Carol e André ouvem a famosa frase: “e ai, quando vocês vão casar?”. Mas será que precisaríamos mesmo do dia de hoje para transformá-los em casados? E o que faz de um casal um casal? Seria apenas o juramento da fidelidade eterna? Um pedaço de papel? 

Eu não tenho essa resposta, mas acho que juntos a Carol e o André formam um dos casais mais casais que eu conheço, e não precisam de alianças para simbolizar essa união porque seus laços não podem ser representados por um simples objeto material. Eles são, de fato, parceiros. É difícil encontrar por ai quem tem Ideologia de vida e atitudes sempre em perfeita sintonia. Quem tem a sorte de, assim como eu, conviver com eles, sabe do que estou falando.

Há pouco tempo, eles decidiram enfrentar a rotina e os desafios de morar em uma cidadezinha longe daqui porque assim seria melhor para os dois. Sem dramas, sem stress. “O André passou em um concurso, gente. Vamos nos mudar para Goiás. Não, não é Goiânia, é Jataí. A cidade é pequena, mas tem as Termas pertinho. E acho que não vou precisar mais usar carro! Vou trabalhar de bicicleta.” Foi assim que a Carol resumiu o anúncio de que mudaria de endereço enquanto nós, amigas bobocas, marejávamos nossos olhos já de saudades.

Ao logo de todos esses anos, eles compartilham as suas conquistas, choram as dores, algumas perdas e fornecem mais do que um ombro ou um colo. Vibram e torcem porque o sucesso de um se reflete no outro e chega até nós, todas as vezes que encontramos esses dois sorrisos enormes. 

Sempre me inspiraram casais como eles que se completam e que juntos são melhores do que seriam se estivessem separados. Eu pouco me lembro da vida minha amiga querida sem o André e olha que nos conhecemos há quase 30 anos. Acredito também que o inverso seja verdadeiro.

Tenho a certeza absoluta de que se existe mesmo essa coisa de “almas gêmeas”, as deles se encontraram nessa vida. Uma vez eu ouvi: que sorte quando se encontra o amor da sua vida, na sua vida.

O que eu mais posso desejar para vocês nessa nova etapa de vida se não todo o meu apoio e carinho? Sejam ainda mais felizes. Sejam ainda mais completos. E sejam sempre vocês: dois singulares lindos que se transformaram num plural incrível! 



“E que vocês se recebam como marido e mulher e prometam ser, além de fieis, leais. E que sejam, porque creem que seus sentimentos são verdadeiros e não apenas porque alguém disse que precisam agir assim. Que estar juntos seja sempre um querer e não uma obrigação. Que se amem e se respeitem e, justamente por isso, entendam os dias não muito bons, mas que seus olhos sempre digam o que fazer quando o coração apertar. Que continuem parceiros de vida na alegria e na tristeza, na saúde e especialmente na doença de qualquer um que seja especial para vocês. Que assim seja, todos os dias das suas vidas, enquanto vocês desejarem que assim seja.”