terça-feira, 10 de setembro de 2013

Um brinde aos tombos!


"É como andar de bicicleta: você não esquece nunca". 

Há uns 12 anos, meu namorado da época insistiu para irmos ao Ibirapuera andar de bike, geração saúde etc. e tal e eu pensei "porque não?". Tinha o ditado popular a meu favor. Tinha a minha paixão a meu favor. Não tinha como dar errado, mas deu. Bastaram uns 10 minutos de aventura para eu atropelar duas pessoas, voar da bike e, por sorte, não me machucar. Antes que você me pergunte, claro que aprendi quando era criança, mas depois perdi o costume e nunca mais andei. Depois desse tragicômico dia, segui a última década da minha vida afirmando e tirando sarro “siiiiim, a gente esquece sim”. Ai eu contava essa minha história, todo mundo ria e nessas eu sempre encontrava um ou dois que acabavam confessando que também não sabiam andar. Pronto, problema resolvido. Será? 

Depois de anos bloqueando meu cérebro, do nada decidi: vou aprender a andar de novo. O ditado não tinha como estar errado! Dessa vez, na falta de uma paixão, escalei minha melhor amiga e fomos para o Villa Lobos encarar a aventura. "Não tenho capacete. E se eu cair, bater a cabeça na guia  e morrer?" Sim, eu pensei isso. Frequência a mil, mãos suando, cérebro tentando trabalhar contra. Encarei meus medos e o resultado foi uma hora de diversão na ciclo faixa, algumas curvas estranhas, mas nenhum tombo.

Essa experiência que me fez refletir muito sobre as coisas que um dia aprendemos e, por causa de um episódio qualquer, deixamos de fazer por acharmos que não somos mais capazes, por acharmos que não conseguimos, não merecemos ou por qualquer outro motivo que nos trava e nos faz parar. Lembrei do dia em que uma amiga me disse: “acho que não sei mais como me apaixonar, como vou deixar que alguém entre de novo aqui dentro depois do que aquele idiota fez comigo”. Um mini infarto clássico, não? Desilusões amorosas às vezes deixam o coração peludo, desconfiado, avesso a qualquer sentimento e as pessoas seguem repetindo como um mantra do mal: “eles (as) são todos (as) iguais, eles (as) são todos (as) iguais”. 

Aí um belo dia a desiludida lá do Nepal (sim, porque aqui em São Paulo ninguém age assim... #SQN) cruza com um cara bacana, que começa a tratar a moça bem (bem diferente do último boçal) e ela já começa a desconfiar. O cara liga e é um anormal porque hoje em dia “todo mundo usa Whatsapp, oras”. Ele faz uma gentileza e a dita cuja pensa “nossa, precisa disfarçar tanto que quer só me comer?”. O cara não tenta nada no primeiro encontro e ela já comenta com as amigas: “ah, sei lá, ele é meio estranho”. Oi?

Às vezes, os tombos anteriores não permitem nem por um segundo que o coitado do moço se aproxime um pouco mais porque ela não quer se machucar de novo (impossível), ou porque o fulano anterior é que era o homem da vida dela (e de muitas outras ao mesmo tempo às vezes, né?) e o outro não tem a mesma pegada, o mesmo olhar e a mesma malemolência (e, claro, a mesma intenção de fazê-la sofrer).

A realidade é que, apesar de todo mundo falar que uma desilusão amorosa passa, a gente sabe que (no fundo), nunca passa: a gente só tira o foco da atenção do passado e segue olhando para o futuro, aprende com o erro e aprende a esperar por algo diferente. E fazer isso já é uma grande vitória. Ser otimista e esperar sempre que o melhor está sim por vir é super saudável, mas saber identificar quando isso acontece, dar espaço e crédito para que uma nova história aconteça, é crucial pra barrar o ciclo vicioso do passado pegajoso.

Ninguém aqui é inocente e sabe que sim, sempre vão existir as pessoas que vão nos magoar propositalmente. Os FDPs estão aos montes por ai! Bingo, bem vindo à vida real! Sempre foi e sempre será assim, mas às vezes só não dá certo porque não tinha que dar e tudo bem, oras! Porque travar o Windows e dar pane no sistema? Um pouco de prudência, dinheiro no bolso e canja de galinha não faz mal a ninguém, mas quem se joga e vive, está sujeito a tropeçar. Ou a cair da bike... Então, proponho hoje um brinde aos tombos que a gente leva por ai, mas que eles nunca nos impeçam de começar sempre tudo de novo.

Tim tim!

Trilha sonora do post: Just Give Me a Reason (P!nk)

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Entrelinhas


(Eu não sei se foi o meu olhar que denunciou tudo o que estava escondido ou se meu abraço começou a ser mais demorado ou se eu passei a não ser mais espontânea ou se eu falei a coisa errada ou certa ou se eu fui eu mesma e quis ser você também ou se eu cheguei cedo ou talvez tarde demais).

Quer tomar alguma coisa???

(Eu não sei se foi a minha mania de querer entender tudo de querer sentir tudo de ver sentido e significado em tudo e de querer controlar tudo tudo tudo ou se eu errei na dose pra menos ou pra mais ou se eu tive o dom de errar na mosca ao escolher você).

Fica mais um pouco, vai...

(Eu não sei se foi a expectativa do próximo Verão e eu sei que não lido muito bem com o calor e com tantas outras coisas também ou se foi a sensação térmica da Caatinga que eu sentia só de pensar em você mesmo com São Paulo a 6 graus na sombra - eu já disse que não lido muito bem com o calor? - pode ter sido praga do Outono que não aconteceu esse ano ou a falta de magia da Primavera que nem chegou para nós e aliás notei que todos estão a idolatrar Setembro e me deu preguiça de todo mundo ZzZZzzZZZzz e esse é o tipo de comentário que sei que faria você rir).

Claro que está tudo bem, porque não estaria?

(Eu não sei se é essa minha mania de ir atropelando os pensamentos de pensar demais e emendar uma coisa na outra sem conseguir fazer uma pausa um descanso porque eu tenho urgência e pressa de viver e eu sei que isso às vezes assusta e sei que eu tenho o dom de pausar quando não precisa e acelerar quando não pode e frear com tudo bagunçando as caixas empilhadas aqui e ai dentro).

Tudo bem, eu entendo.

(Eu não sei se foi porque eu descobri que você é alérgico a curry e mesmo assim insisti para jantarmos aquele dia no Indiano ou se foi porque notei que você mexe mais a sobrancelha esquerda quando está sério e eu te mostrei a minha cicatriz escondida no joelho e nem assim me lembrei daquelas internas quando decidi me jogar da ponte sentimental por você).

Se cuida você também!

(Eu não sei e talvez eu nunca vá saber mesmo o porquê a cada dia que passa seu last seen passa a ser mais last do que seen e você vai descendo na minha lista de conversas e minhas amigas já disseram pra eu deletar você mas não dá não é simples assim e rola aquele masoquismo péssimo de ficar te relendo pra tentar explicar o inexplicável e provar o improvável e curar o incurável e entender o porque simplesmente a gente acabou). Do nada. Sem vírgula. E ponto. Final.

Trilha sonora do post: Stay (Rihanna)

Welcome



"Amanda, você tinha que escrever um livro!"

Ouço essa exclamação com certa frequência das pessoas que convivem comigo e ficam sabendo dos "casos e causos" da minha vida. Com o tom irônico na medida certa e a linguagem corporal adequada, fica fácil ser uma boa contadora de histórias. Por aqui, a coisa é um pouco diferente... Bem eu que sou adepta da comunicação olho no olho para evitar inúmeras saias justas, decidi me aventurar nesse blog fajuto.

Mini infarto surgiu da mistura "tempo livre + saudades de escrever + incentivo dos amigos". Da vontade de documentar momentos e poder, depois de um tempo, ler um post antigo e ver como as coisas mudam ou magicamente permanecem iguais e tudo bem mesmo assim. De dar formato através dessas linhas bobas para as coisas que vivem aqui dentro de mim e ao meu redor.

Isso aqui será uma coleção de textos, contos, crônicas e reflexões não necessariamente sobre histórias verídicas ou que ocorreram só comigo. Tenho muitas fontes de inspiração offline e a cada garrafa de vinho aberta ou latinha de breja que se acumula em cima da pia (tim tim), novos elementos, inspirações e histórias bizarras surgem. Um emaranhado de palavras, um tema puxa o outro, tudo se mistura e termina em teorias e reflexões. Se são certas ou erradas? Jamais saberemos, mas nos ajuda a tocar a vida em frente com muito bom humor! #vidaquesegue

Não tem periodicidade, não tem formato fixo. Se gostar, volte e seja sempre bem vindo! Quem sabe um dia a gente não tem um mini infarto juntos? :-)

Trilha sonora do post: I love it (Icona Pop)